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A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) realizou sessão especial, na tarde esta quinta-feira (05), proposta pelo deputado Luciano Cartaxo, para exibição do filme "Caminhos de Cedro", que conta a história do sacerdote católico, político, jurista e professor Padre Ibiapina, que ficou conhecido como “Apóstolo do Nordeste” pelas suas obras de caridade e pelo trabalho em prol dos mais pobres. O Evento aconteceu no Plenário "Deputado José Mariz", com a presença de religiosos, intelectuais, assessores e servidores da Casa de Epitácio Pessoa.
O filme “Caminhos de Cedro” é um curta-metragem documental que retrata um circuito de peregrinação religiosa na Paraíba. O projeto surgiu a partir de um edital da Lei Paulo Gustavo e foi realizado com recursos da mesma. O filme foi lançado em abril de 2025 e também ganhou o prêmio de Melhor Roteiro no 1º Festival de Cinema de Cabaceiras. O filme foi exibido pela primeira vez na Sala Cine Aruanda, localizada no Campus I da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em abril deste ano.
Ao apresentar a obra cinematográfica, Luciano Cartaxo lembra que o filme retrata o “Caminho de Roma”, uma rota de peregrinação no Brejo Paraibano que homenageia o Padre Ibiapina, importante líder religioso do século XIX no Nordeste brasileiro. O filme foi produzido pelo projeto de extensão “Revitalizando o Caminho de Roma de Padre Ibiapina”, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com recursos da "Lei Paulo Gustavo".
Sobre o evento, o parlamentar destacou que é fundamental a propagação do legado do Padre Ibiapina, através de obras como o filme "Caminhos do Cedro", porque isso também contribui para fortalece ainda mais turismo religioso, que já é uma realidade o interior do Estado. "Então, eu acredito que essa iniciativa é fundamental, em todos os aspectos, para que a Assembleia Legislativa possa ser uma caixa de ressonância da nossa sociedade. A gente precisa trazer ações objetivas, informações precisas – como com a exibição desse curta metragem – que vamos poder divulgar para todo o Estado da Paraíba, através também da TV Assembleia", disse.
A exibição do filme nas casas legislativas, conforme Luciano Cartaxo, também poderá contribuir para acelerar o processo de canonização do Padre Ibiapina, fortalecendo na paraíba, nos outros estados e em todo o país o reconhecimento a toda a trajetória do Padre Ibiapina. "A ALPB também está dando a sua contribuição nesse processo, porque além da questão fundamental da fé, do trabalho religioso, ele também foi uma pessoa que fez um trabalho social gigantesco durante toda a sua trajetória", finalizou.
O produtor cultural e diretor do filme, Sebastião Formiga, disse que a exibição do filme na ALPB “tem uma importância enorme”. “Aqui nascem as leis, aqui se constrói, aqui se movimentam todos os pensamentos do Estado. Então, trazer o filme para cá também é chegar no lugar onde essas informações começam e terminam”, afirmou.
“Poder dialogar o universo, o legado do Padre Ibiapina na Paraíba, no Nordeste como um todo – e hoje ele como um processo de canonização já na reta final para virar santo – é de suma importância, porque a gente traz não só o legado de um homem, de um santo, mas também o legado de um povo, a história de um povo que foi vivida, que foi atendida por esse homem, que abandonou a justiça, que abandonou a carreira política, para se dedicar a essa obra de santidade que é cuidar do povo num momento tão crucial do Brasil", acrescentou.
Para, André Queiroga, professor universitário e pesquisador da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o estado da Paraíba precisa se envolver com causa da canonização do Padre Ibiapina da mesa forma como a Bahia se empenhou no processo de canonização da Irmã Dulce. "Enquanto não se houver uma articulação entre poder público, gestores, população e a igreja, não somente a igreja da diocese de Guarabira, mas a igreja em João Pessoa, Campina Grande, Patos, Sousa e Cajazeiras. Enquanto não houver essa articulação conjunta, vai demorar um pouquinho mais. Mas se todo mundo se unir, como a Bahia se envolveu, como a Bahia se uniu, esse sonho é possível", disse. Avançar bastante. André e sua esposa, Rosa Virgínia, também participaram do curta-metragem como atores, fazendo o papel de peregrinos no “Caminho de Roma”, uma rota de peregrinação no Brejo Paraibano.
Os padres e historiadores José Floren e Gaspar Rafael, que participaram da elaboração do roteiro do filme, ressaltaram que a imagem do padre Ibiapina brilha no contexto da Igreja Católica e do povo nordestino, "como modelo, como exemplo”. “Padre Ibiapina percorreu o Sertão, o Cariri, e deixou em muitas das nossas cidades um exemplo de fé e um exemplo e de caridade", disse Floren.
Padre Gaspar Rafael, parabenizou Assembleia Legislativa por acolher a propositura de Luciano Cartaxo, pelo valor que esse filme tem para o lado histórico do padre Ibiapina. “A diocese de Guarabira fica muito feliz com essa iniciativa da UFPB de ter apoiado o professor André. Falar do padre Ibiapina e registrar a sua trajetória nesse curta-metragem, é algo que vai ficar para posteridade, para gerações futuras conhecerem a história, o legado deste homem que antes de ser padre foi juiz, foi deputado, foi advogado, foi professor. Mas se realizou-se como padre. Então, esse filme é algo que vai ficar na memória da Assembleia, na memória do povo paraibano e do Brasil, para conhecer esse homem, essa figura extraordinária do século XIX, que é bem atual para nós", acrescentou.
Também participaram do evento o executivo Heitor Hildack, gestor de convênios da Secretaria de Estado de Turismo e Desenvolvimento Econômico, representando a secretária Rosália Lucas; e o padre Demétrio Morais, reitor do Santuário de Santa Fé, localizado em Solânea, na Paraíba, e vice-postulador do processo de canonização do Padre Ibiapina.
Quem foi o Padre Ibiapina
José Antônio Pereira nasceu em Sobral, na época pertencente ao Brasil Colônia — que se tornaria o Império do Brasil apenas em 1815 — em 5 de agosto de 1806. Homem culto, filho de Francisco Miguel Pereira e Teresa Maria de Jesus, formou-se em Direito na primeira turma da Academia de Olinda em 1832, tendo ocupado cargos na magistratura e na Câmara dos Deputados. Após se formar em ciências jurídicas na cidade de Olinda, foi imediatamente indicado para lecionar a disciplina de Direito Natural naquela mesma instituição em março de 1833. Foi professor de diversas personalidades políticas e jurídicas como João Maurício Wanderley (Barão de Cotegipe), Zacarias de Goes e Vasconcellos, Álvaro Tibério de Moncorvo Lima e Miguel Fernandes Vieira. No mesmo ano, foi nomeado juiz de direito da Vila de Campo Maior (Ceará) e eleito o deputado federal mais votado da Província do Ceará.
Decepcionado, abandonou a vida civil para seguir o catolicismo. Aos 47 anos, iniciou uma obra missionária, percorrendo a região Nordeste em missões evangelizadoras, erguendo inúmeras casas de caridade, igrejas, capelas, cemitérios, cacimbas d’água, açudes. Ensinou técnicas agrícolas aos sertanejos, atuação que inspirou no Nordeste o Padre Cícero e Antônio Conselheiro, e defendeu os direitos dos trabalhadores rurais. O zelo apostólico do Padre José Antônio de Maria Ibiapina, no percurso do século XIX, no interior do Nordeste brasileiro, deixou marcas significativas, não apenas na organização posterior da Igreja, mas, sobretudo, na vida das pequenas comunidades desta região. Segundo historiadores, adotava práticas precursoras da opção pelos pobres feita pela Igreja Católica a partir do Concílio Vaticano II, que posteriormente, viriam a dar origem à contemporânea Teologia da Libertação.
Fonte: www.al.pb.leg.br